Foto: www.tantomareditores.com/zh/sandra-araujo
SANDRA ARAÚJO
( BRASIL – DISTRITO FEDERAL )
Sandra Araújo é Poetisa e agente cultural em Brasília, Brasil.
É Professora das disciplinas de Análise da Linguagem, Semiótica, Estudos Clássicos e Contemporâneos da Comunicação e de Métodos e Técnicas de Pesquisa, nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário de Brasília - UniCEUB. É graduada em Letras pelo Centro Universitário de Brasília - UniCEUB (1993), mestre em Teoria Literária pela Universidade de Brasília - UnB (2002) e doutora em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas (2015).
Tem experiência nas áreas de Ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Linguagem, trabalhando principalmente nos cursos de Letras, Jornalismo e Publicidade e Propaganda.
Atua em pesquisa sobre o feminino na poesia e escrita criativa. Desde 2018, desenvolve o projeto de pesquisa Re-versos: a poesia feminina de Brasília, apoiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF).
BRAGA, Alessandro Eloy. A poesia brasiliense em dez atos. Direção editorial: Alessandro Eloy Braga e Nelson Carvalho. Brasília: Coelhos da Selva Editores, 2023. ISBN 978-998556-0-3
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
“(...) poemas que abordam sentimentos e emoções próprias do feminino, em especial aqueles ligados à maternidade”:
MATERNIDADE
— Silêncio!
Que agora a mamãe vai passar
o delineador...
A DOR DO PARTO
Eu e a dor do parto
fizemos um pacto.
A minha amiga — mais sábia do que eu —
me ensinou o que é a vida:
contração e dilatação...
Quanto mais intensa a dor,
mais fácil expelir
o que há de mais belo em mim.
POEMA DE AMOR
Ainda bem que posso escrever
Transformo-te em um poema
Em que faço tua voz me dizendo cada coisa!
Ah, tantos desejos..
Sou tua por toda a noite...
E não me canso
E não me cansas
Rimos risadas longas
Em que festejamos o nosso amor...
O que seria de mim se não fosse esse poema?
A poesia de Sandra Araújo, parece transparecer a própria leveza com que a escritora encara a vida. De seus versos, mesmo aqueles que tratam de situações possivelmente tristes, as palavras deixam sempre a sensação de positividade diante de tudo e o som implícito feminino riso solto. Vê-se ainda uma certa ligação com a cultura afro-
brasileira, seja na religiosidade, seja na admiração de seus expoentes, seja na relação a pessoas que fizeram ou fazem parte de sua vida.
ARAÚJO, SANDRA, compilação de. (Re)versos: a poesia feminina de Brasília. Direção editorial e arte da capa: Alessandro Eloy Braga. Brasília: Coelhos da Selva Editores, 2022. 100 p.
ISBN 978-65-00-24694-0 [Inclui as poetisas: Margarida Patriota, Astrid Cabral, Lina Tâmega Peixoto, Noélia Ribeiro, Ana Maria Lopes, Meimei Bastos, Tatiane Nascimento, Karla Calasans, Cristiane Sobral, Nathália Coelho, Alessandra Matias Querido e Luciana Fauber.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
O livro Erotikós apresenta poemas que tratam da paixão, do
desejo, da sedução, do amor:
Tua poesia na minha
Quero sentir tua poesia na minha
Quero teu corpo colado no meu, como um só
Quero tua poesia junto da minha,
cruzadas,
misturadas,
embrenhadas de tal fortuna
que sejam um só.
Teu suor escorrendo no peito,
tua barba roçando no me pescoço,
de propósito.
Minhas unhas marcando tuas costas,
você grunhindo em resposta.
Excitado, provocado.
Nossos corpos se movendo juntos,
numa direção só.
Tua mão espalmada nas minhas costas,
descendo,
empurrando.
Apertando, me sentindo
me levando ao delírio
que é ser amado por você.
Escrever Erotikós foi um passo rumo à liberdade, um passo que
foi dado inicialmente por trás de um pseudônimo, Heitor Martins,
uma criação que me mostrou que eu poderia escrever sobre o que
eu quisesse. Por isso sou grata a esse personagem que me ensinou
tanto sobre ser livre.
LÁBIOS
Pergunto-me se é de propósitos que tu fazes assim.
Se é de propósito que mordiscas teus lábios
enquanto
me olha, enquanto incontém um sorriso travesso.
Me pergunto se é castigo dos deuses,
ou se é só tua natureza caída
fazer-me te desejar assim.
Pergunto-me se é de propósito
Que bebes da taça e
deixas
escorrer
o
velho tinto,
como se não soubesse que o caminho da gota...
Ah! Estou impaciente, diante de ti.
Só preciso de um sorriso pra avançar
e sugar
esses lábios tão pecaminosos.
*
Página ampliada e republicada em junho de 2024.
*
VEJA e LEIA outros poetas de BRASÍLIA em nosso Portal: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html
Página publicada em junho de 2024
|